O Ambiente Urbano: Breves Considerações


A conscientização e o crescente envolvimento das sociedades em questões ambientais pressionado governos e também a iniciativa privada a incorporar em suas diretrizes o desenvolvimento sustentável, também conhecido como ecodesenvolvimento, pois a aplicação desse conceito implica a perspectiva e a capacidade de bem suprir as necessidades do presente, sem comprometimento das possibilidades futuras e, portanto, de as próximas gerações atenderem às suas necessidades da vida humana dentro dos limites da capacidade de suporte dos ecossistemas.
A sustentabilidade esbarra em uma tradição cultural arraigada em nossa sociedade de mercado, que tem na pratica do consumo o ponto culminante de toda uma cadeia, que começa com a exploração individual ou coletiva dos recursos natural, feita de maneira danosa ao meio ambiente. Consciente desse obstáculo, a agenda 21, um dos importantes fóruns de debates, discurssões e acordos ocorridos na conferência Rio-92, propôs dois importantes objetivos para os países signatários: a) promover padrões de consumo e produção que reduzam as pressões ambientais e atendam às necessidades básicas da humanidade; b) desenvolver uma melhor compreensão do papel do consumo e da forma de implementar padrões de consumo mais sustentáveis.
Um aspecto que chama a atenção na dinâmica do funcionamento das cidades é a necessidade de buscar constantemente alternativas tecnológicas que possam redirecionar mudanças na conjuntura. Algumas frentes de conhecimento, como a arquitetura, a engenharia, o direito, o saneamento básico, parecem não ter respostas satisfatórias para as demandas que a cidade gera. A idéia de desenvolvimento sustentável nasceu da compreensão de que muitos problemas comuns a região, cidade e comunidades eram (e ainda são) tratados de maneira difusa, desconexa, descontextualizada e por vez irresponsável. Pensar globalmente, agir localmente traduz a preocupação de movimentos ecológicos que buscam uma integração e interação entre o local e global, o que também sintetiza a inserção desses movimentos na nova ordem mundial que se desenha neste alvorecer de um novo século.
No que diz respeito diretamente ao urbanismo. Sobretudo na realidade brasileira, seria bom pensar a construção de cidades ou projetos de renovação urbana que incorporassem o conceito de desenvolvimento sustentável. Esse conceito está mais relacionado ao destino dos recursos naturais (vegetais, minerais e animais); é necessário que passe a incluir também o Ambiente Urbano. A pouca ênfase que a maioria dos planejamentos dá à cidade como um grande sistema (heterotrófico) explica muito de seus problemas e conseqüentemente os impactos que ela acarreta aos recursos naturais. Os projetos arquitetônicos da maioria das cidades são construídos como grandes torres de concreto (no caso dos edifícios) o que dificulta a passagem da luz natural e, por conseguinte, o não aproveitamento da ventilação que é outra característica dessas construções.

Autro:Eric George dos Santos Carvalho
1 Graduação em Geografia pela Universidade Católica do Salvador(Ucsal), Pós-Graduação em Gerenciamento Ambiental (Ucsal)

Fonte:SACARLATO, Francisco e PONTIN, José Arnaldo. O ambiente urbano. São Paulo: Edusp, 1999.
SACARLATO, Francisco e PONTIN, José Arnaldo. Do nicho ao lixo: ambiente sociedade e educação. São Paulo: Edusp, 1996. 



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4 comentários :

Anônimo disse...

Um dos grandes problemas do Meio Ambiente Urbano é a falta de políticas publicas para esse espaço social, humano e econômico para que seja visto com mais responsabilidade por todo segmento. falta uma legislação mais clara sobre o assunto em questão?

Peterson Azevedo Photos disse...

O artigo trata de maneira objetiva, as questões que permeiam a nova realidade de planejamento urbano. As novas premissas de planejar a cidade não podem perpassar pelas questões ambientais sem que sejam incluidas nos seus processos de desenvlvimento. Muito bom artigo. Parabéns.

Prof. Peterson

Anônimo disse...

Comentário do Autor Eric Carvalho

Ao que tudo indica, não é utopia a existência de um urbanismo mais humano, cujos adensamentos sejam compatíveis com uma boa ventilação e iluminação das residências, ruas e praças, cujos espaços abertos e horizontais dêem ao cidadão a sensação de liberdade e melhores condições de convívio; mesmo assim não se pode excluir a existência de critérios sociais injustos, que devem ser revertidos, onde as classes sociais humildes não sejam mais obrigadas a ocupar legal ou ilegalmente áreas de reservas naturais por falta de acesso aos núcleos mais centrais da cidade, que ainda comportam adensamento. Isso tudo depende, dentre outros fatores, da conscientização e da ação dos ógãos públicos e da cobrança efetiva dos cidadãos junto aos mesmos.

Anônimo disse...

Muito bom o artigo...demonstra a preocupação com o planejamento sério de uma cidade.