A existência do gás, que constitui uma chave da vida como se conhece na Terra, foi divulgada hoje por um relatório publicado pela revista "Science", em um número dedicado ao ano mundial da astronomia.
Telescópios da Nasa no Havaí detectaram pelo menos três camadas de metano sobre a superfície do planeta.
"A atmosfera de Marte destrói rapidamente o metano de diversas formas. Portanto, nossa descoberta de metano no hemisfério norte em 2003 indica que existe um processo de emissão do gás", disse Michael Mumma, do Centro de Voos Espaciais da Nasa, em Maryland.
"Em meados do verão no hemisfério norte, o metano é liberado a um ritmo comparável ao de sua filtragem em uma jazida da Califórnia", diz Mumma, um dos autores do relatório publicado pela "Science".
O metano, cuja molécula consiste em um átomo de carbono unido a quatro de hidrogênio (CH4), é o principal componente do gás natural na Terra. Também intervém em outros processos geológicos como o da oxidação do ferro.
Por outra parte, muitos organismos vivos no planeta emitem o gás durante o processo de digestão de nutrientes.
"No momento, não temos informação suficiente para assegurar que o metano em Marte é produto de processos biológicos ou geológicos", assinalou o cientista.
Os cientistas estimam que se existe algum processo biológico este estaria ocorrendo sob a superfície de Marte, onde a água não está congelada e poderiam ser encontradas mostras de carbono.
"Na Terra os microorganismos se multiplicam a entre 2 mil e 3.500 metros de profundidade, onde a radiatividade separa as moléculas de água", indicou.
Mumma afirmou que esses microorganismos se abastecem de energia a partir do hidrogênio, um processo que seria utilizado por organismos similares para sobreviver bilhões de anos sob a superfície congelada de Marte.
Os gases, como o metano, seriam libertados através das fissuras que conectam as profundezas do terreno com a atmosfera marciana, especialmente durante a primavera, diz o cientista. EFE
Fonte: Yahoo Notícia
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